quarta-feira, 18 de abril de 2012

Hérnia de Disco


A hérnia de disco é uma doença bastante comum, que atinge cerca de 65% da população brasileira. É causada por uma lesão dos discos que compõem a coluna vertebral. Estes discos tem forma de anel, são constituídos por tecido cartilaginoso e elástico, situam-se entre vértebras e sua função é evitar o atrito entre uma vértebra e outra e amortecer impactos. Má postura, não se acomodar na cadeira, carregar peso, dirigir muito, esforço repetitivo, estar acima do peso ou até mesmo levar uma vida sedentária, podem com o tempo, levar ao desgaste da cartilagem destes discos.


A hérnia de disco nada mais é do que o deslocamento de um dos discos intervertebrais, ou seja, parte deles sai da posição normal e comprime as raízes nervosas que emergem da coluna, onde há o aparecimento de edema e inflamação, que podem comprimir o nervo ciático. Assim, a dor ciática aparece. Quando o núcleo de um dos discos vertebrais sai do canal espinhal e comprime outro nervo, o membro inervado será afetado. Assim, quando o nervo que inerva a perna é comprimido, a dor irradia por esse membro.
O problema é mais frequente nas regiões lombar e cervical, por serem áreas mais expostas ao movimento e que suportam mais carga. Normalmente este processo ocorre em médio e longo prazo, mas também existe a possibilidade de que ocorra de forma abrupta, no caso de um trauma de grande impacto, uma queda, ou um movimento em falso. As pessoas mais afetadas por uma hérnia de disco estão entre 25 e 45 anos e após os 50 anos, 30% da população mundial apresenta alguma forma assintomática desse tipo de afecção na coluna.

Os sintomas mais comuns da hérnia de disco são: Parestesias (formigamento) com ou sem dor na coluna, geralmente com irradiação para membros inferiores ou superiores, podendo também afetar somente as extremidade (pés ou mãos). Esses sintomas podem variar dependendo do local da acometido. A hérnia de disco comprime raízes dos nervos e medula, que estão próximas a ela. Toda área próxima a hérnia de disco pode ficar comprometida, devido à redução de espaço. Na verdade, se um nervo raquidiano é afetado, haverá uma sensação de fraqueza e dificuldade de mobilidade (afetando as pernas). Ao contrário, se um nervo do pescoço é afetado, o paciente irá apresentar sintomas em seus braços. Mais em qualquer caso, haverá dor, rigidez e espasmos na área afetada. Às vezes, se a hérnia de disco afeta a medula espinhal, pode haver disfunção do baço. Se a hérnia de disco estiver posterior pode diminuir o diâmetro do canal medular, comprimindo a medula naquele local. É esta compressão dos nervos, causada pelo material exposto fora do disco, que resulta nos sintomas da hérnia de disco. Quando a hérnia de disco está localizada no nível da cervical, pode haver dor no pescoço, ombros, na escápula, braços ou no tórax, associada a uma diminuição da sensibilidade ou de fraqueza no braço ou nos dedos. Na região torácica elas são mais raras devido a pouca mobilidade dessa região da coluna mais quando ocorrem os sintomas tendem a ser inespecíficos, incomodando durante muito tempo. Pode haver dor na parte superior ou inferior das costas, dor abdominal ou dor nas pernas, associada à fraqueza e diminuição da sensibilidade em uma ou ambas as pernas. A maioria das pessoas com uma hérnia de disco lombar relatam uma dor forte atrás da perna e segue irradiando por todo o trajeto do nervo ciático. Além disso, pode ocorrer diminuição da sensibilidade, formigamento ou fraqueza muscular nas nádegas ou na perna do mesmo lado da dor. A hérnia de disco pode ser assintomática ou, então, provocar dor de intensidade leve, moderada ou tão forte que chega a ser incapacitante (Radiculopatia).

Predisposição genética é a causa de maior importância para a formação de hérnias discais, seguida do envelhecimento, da pouca atividade física e do tabagismo. Há  também outros fatores que podem comprometer a integridade do sistema muscular que dá sustentação à coluna vertebral e favorecer o aparecimento de hérnias discais:
- O envelhecimento dos discos vertebrais, torna-os menos elásticos, fazendo com que o envelope que envolve o núcleo se rompa mais facilmente;
- Transportar cargas muito pesadas;
- Má postura ao carregar cargas;
- Movimentos incorretos ou falsos;
- Quedas;
- Excesso de peso.


Entre fatores ocupacionais associados a um risco aumentado de dor lombar estão:
- Trabalho físico pesado
- Postura de trabalho estática
- Inclinar e girar o tronco freqüentemente
- Levantar, empurrar e puxar
- Trabalho repetitivo
- Vibrações
- Psicológicos e psicossociais

O diagnóstico de uma hérnia de disco começa com a anamnese médica, onde o médico faz perguntas a fim de encontrar as causas da dor. Ele então irá proceder com uma radiografia, tomografia computadorizada ou por IRM (Imagem por Ressonância magnética). O médico pode, então, excluir todas as outras causas de dor lombar ou dor ciática, como tumores, fraturas, etc.

Desenvolver hábitos saudáveis de vida e que estejam de acordo com as normas básicas estabelecidas pela Ergonomia, tais como: prática regular de atividade física, realização de exercícios de alongamento e de exercícios para fortalecer a musculatura abdominal e paravertebral, e postura corporal correta são medidas importantes para prevenir as doenças da coluna.

As hérnias de disco localizadas na coluna lombar, em geral, respondem bem ao tratamento clínico conservador. O quadro reverte com o uso de analgésicos e antiinflamatórios, se a pessoa fizer um pouco de repouso e sessões de fisioterapia e acupuntura. Em geral, em apenas um mês, 90% dos portadores dessas hérnias estão aptos para reassumir suas atividades rotineiras.

Hérnias de disco na coluna cervical podem surgir diretamente nessa região ou serem provocadas por alteração na curvatura e posicionamento da coluna vertebral durante a crise da hérnia lombar. A escolha do tratamento, se cirúrgico ou não cirúrgico, considera a gravidade dos sintomas e o déficit motor. A cirurgia só é indicada quando o paciente não responde ao tratamento conservador e nos casos de compressão do nervo exercida por parte do disco que extravasou, pois corrigido esse defeito mecânico a dor desaparece completamente.

Para prevenir a hérnia de disco, recomenda-se:
* Evitar todos os excessos que facilitam a instalação das hérnias de disco: excesso de peso, de exercícios físicos, de cigarro;
* Procurar manter a postura correta quando sentado ou em pé;
* Não esquecer de que vida sedentária é responsável não só pela formação de hérnias de disco, mas por muitos outros problemas de saúde;
* Informar-se sobre o tipo de atividade física indicada para sua faixa de idade;
* Suspender os exercícios se os sintomas voltarem e procure assistência médica imediatamente;
* Seguir as recomendações médicas depois da cirurgia para evitar que nova hérnia se forme naquele local.

Para quem já tem hérnia de disco, algumas dicas são:
* Deitar-se, para alongar a coluna;
* Aplicar compressas quentes, para relaxar os músculos, diminuir a tensão, e portanto, diminuir a dor;
* É aconselhado praticar natação no estilo costas. De fato, na natação trabalha-se com os músculos dorsais e abdominais, mas as costas são apoiadas pela água. Ela fortalece os músculos, poupando as costas. Isso ajuda a prevenir as recidivas.


Acompanhe mais informações sobre a doença nesta entrevista dada pelo Dr. Aramis Pedro Teixeira no Programa Destaque do SBT.




Dr. Aramis Pedro Teixeira - Neurocirurgião
Ine - Instituto de Neurocirurgia Evoluir
(45) 3025-3585 / (45) 3029-3460 - Foz do Iguaçu

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Doença de Parkinson




                  Popularmente conhecida como Mal de Parkinson é uma doença neurodegenerativa dos neurônios produtores de dopamina, um neurotransmissor que age no controle dos movimentos finos e coordenados, como por exemplo beber um copo d'água. O mal de Parkinson se caracteriza pela destruição destes neurônios, levando a uma escassez de dopamina no sistema nervoso central e, consequentemente, a um distúrbio dos movimentos.

               É uma das doenças neurológicas mais freqüentes, pode afetar qualquer pessoa, independentemente de sexo, raça, cor ou classe social, mas tende a afetar as pessoas mais idosas. Tem seu início geralmente após os 50 anos de idade e acomete, aproximadamente, 1% dos indivíduos acima de 65 anos. Recebeu esse nome em 1817, em homenagem ao Dr. James Parkinson, o primeiro médico a descrever a doença (na época chamada de paralisia agitante, pois a pessoa não consegue caminhar direito, mas agita e treme o corpo).

                  Os sinais e sintomas do mal de Parkinson podem ser divididos em motores e não-motores:
1) Sintomas motores do mal de Parkinson

- Tremores: ocorrem principalmente quando o paciente encontra-se em repouso e melhora quando se movimenta o membro. Esta é uma característica que distingue o tremor da doença de Parkinson dos tremores que ocorrem por outras causas.
Em fases inicias da doença, o tremor é intermitente e costuma passar despercebido pelos familiares e amigos. O paciente pode referir uma sensação de "tremor interno", como se algum dos membros estivesse tremendo, quando na verdade, o tremor não é perceptível para outros. Os tremores perceptíveis costumam começar em uma das mãos, normalmente com movimentos entre o dedo indicador e o polegar, como se estivesse a contar dinheiro. Com o passar dos anos a doença avança e os tremores se tornam mais generalizados, alcançando outros membros. 
O tremor em repouso é o sintoma inicial do mal de Parkinson em 70% dos casos. Com o evoluir da doença, praticamente todos os pacientes apresentarão algum grau de tremor. São poucos os casos de Parkinson que não causam tremores.
Como o tremor da doença de Parkinson ocorre em repouso e melhora à movimentação, este acaba não sendo um sintoma muito incapacitante, ao contrário da bradicinesia.


- Bradicinesia: significa movimentos lentificados. A bradicinesia é o sintoma mais incapacitante do Parkinson. O paciente sente-se cansado, com intensa fraqueza muscular e sensação de incoordenação motora. Tarefas simples tornam-se muito difíceis, como abotoar uma camisa, digitar no computador, pegar moedas dentro do bolso ou amarrar os sapatos. O doente refere dificuldade para iniciar qualquer movimento voluntário. O paciente torna-se hesitante e descoordenado.
Com o tempo até andar vira uma tarefa difícil; os passos tornam-se curtos e lentos, o paciente apresenta dificuldade para se levantar e sente-se desequilibrado quando em pé.


- Rigidez: a rigidez dos músculos é outro sintoma importante do mal de Parkinson. Assim como o tremor e a bradicinesia, a rigidez inicia-se apenas de um lado, generalizando-se conforme a doença progride. A sensação que se tem é a de que os músculos estão presos, muitas vezes limitando a amplitude dos movimentos e causando dor. Um dos sinais típicos é a perda do balançar dos braços enquanto se anda.


- Instabilidade postural: Nosso equilíbrio enquanto andamos ou permanecemos em pé depende do bom funcionamento do cérebro; é ele que controla nosso tônus e reflexos musculares que mantêm nosso centro de gravidade estável. A perda da estabilidade postural é um sintoma que só ocorre em fases avançadas da doença de Parkinson, manifestando-se principalmente com quedas regulares.
            Outros sintomas comuns do mal de Parkinson:
- Perda expressão facial (expressão apática)
- Redução do piscar dos olhos
- Alterações no discurso
- Aumento da salivação
- Visão borrada
- Micrografia (caligrafia altera-se e as letras tornam-se pequenas)
- Incontinência urinária


2) Sintomas não-motores do mal de Parkinson
            Além de todas as alterações motoras, os pacientes com doença de Parkinson também podem desenvolver uma data de alterações neurológicas como demência, alterações do sono, depressão, ansiedade, memória fraca, alucinações, psicose, perda do olfato, constipação intestinal, dificuldades para urinar, impotência sexual, raciocínio lentificado e apatia.  
            A progressão da doença é muito variável e desigual entre os pacientes. Para alguns até parece que a doença está estabilizada, porque a evolução é muito lenta, sem rápidas ou dramáticas mudanças. O curso é progressivo ao longo de 10 a 25 anos após o surgimento dos sintomas. Na maior parte dos casos a lentidão causada pela enfermidade altera a qualidade de vida do paciente. É comum o paciente apresentar sinais de depressão, como falta de apetite, cansaço e alterações do sono. Além de dificultar a vida cotidiana, os sinais e sintomas podem tornar a pessoa incapaz de cuidar de si própria. A síndrome não é fatal mas fragiliza e predispõe o doente a outras patologias, como pneumonia de aspiração (o fraco controle muscular leva a deglutição da comida para os pulmões) e outras infecções devido à imobilidade.

                  A doença de Parkinson é idiopática, ou seja é uma doença primária de causa obscura. O fator genético é pouco representativo neste mal. Mas existem fatores que podem desencadear os sintomas:
- Uso exagerado e contínuo de medicamentos. Uma substância usada freqüentemente para aliviar tonturas e melhorar a memória, a cinarizina, pode bloquear o receptor que permite a eficácia da dopamina.
-Trauma craniano repetitivo. Os lutadores de boxe, por exemplo, podem desenvolver a doença devido às pancadas que recebem constantemente na cabeça. Isso pode afetar o bom funcionamento cerebral.
- Isquemia cerebral. Quando a artéria que leva sangue à região do cérebro responsável pela produção de dopamina entope, as células param de funcionar.
- Freqüentar ambientes tóxicos, como indústrias de manganês (de baterias por exemplo), de derivados de petróleo e de inseticidas.


                  O diagnóstico é feito pelos sintomas e sinais que o paciente apresente, como tremor em repouso, bradicinesia ou rigidez, e também por exclusão. Às vezes os médicos recomendam exames como eletroencefalograma, tomografia computadorizada, ressonância magnética, análise do líquido espinhal, etc., para terem a certeza de que o paciente não possui nenhuma outra doença no cérebro. O diagnóstico da doença faz-se baseada na história clínica do doente e no exame neurológico. Infelizmente não há nenhum teste específico para fazer o diagnóstico da doença de Parkinson, nem para a sua prevenção.


                  Quando não tratado, o mal de Parkinson piora até que a pessoa esteja totalmente incapacitada. Esta doença pode levar ao total deterioração das funções cerebrais e morte prematura.

                  É importante lembrar e compreender que até agora, não existe tratamento único e definitivo para a doença de Parkinson. Porém, ela pode e deve ser tratada, controlando os sintomas para evitar sua rápida evolução. Então, este controle é feito, principalmente, com medicações e com a reposição da dopamina. O neurologista deverá ser consultado para que se possa definir se há necessidade de remédios e quais deverão ser empregados. O grau de alívio dos sintomas e o tempo de alívio variam de acordo com cada pessoa.

                  A grande arma da medicina para combater o Parkinson são os remédios e cirurgias, além da fisioterapia e a terapia ocupacional. Todas elas combatem apenas os sintomas. A fonoaudiologia também é muito importante para os que têm problemas com a fala e a voz.


                  1) Tratamento Medicamentoso
A) Levodopa ou L-Dopa: Ainda é o medicamento mais importante para amenizar os sintomas da doença. A levodopa se transforma em dopamina no cérebro, e supre parcialmente a falta daquele neurotransmissor. Infelizmente, o uso prolongado de muitos anos pode causar reações secundárias bastante severas, como os movimentos involuntários anormais. 

B)Outros: Além da levodopa, existem diversos outros medicamentos que complementam o arsenal para combater os sintomas da doença. Entre eles estão: carbidopa, etacapona, palmipexol, bromoergocriptina, amantatina e demais associações com drogas anti-demenciais como rivastigmina, memantina, donezepila, etc.


                  2) Cirurgias
                  As cirurgias também podem ser bastante benéficas para determinados pacientes. O tratamento cirúrgico da doença pode ser dividido em:
A) Técnicas Lesionais: Dentro das técnicas lesionais temos a talamotomia e a palidotomia. A primeira, é uma técnica indicada no tremor. Pode proporcionar uma redução de 80% da intensidade do tremor, em especial se este for predominante na metade do corpo. As complicações incluem apraxia (falha nos movimentos do membro superior), disartria, disfagia, abulia 73, distúrbios da fala e da linguagem. A palidotomia estereotática do globo pálido interno é o procedimento cirúrgico de escolha no tratamento de discinesias induzidas por levodopa, promovendo uma notável melhora deste sintoma. Há relatos de complicações como disfunção cognitiva, disfagia, disartria, hemianopsia lateral homônima, hemiparesia transitória, abscesso intracraniano e hemorragia subcortical e palidal. Essas lesões podem diminuir a rigidez e abolir o tremor. Todavia, nenhuma delas representa a cura da doença. O médico dirá se um paciente pode ou não se beneficiar do tratamento.

B) Estimulação Profunda do Cerebral (Deep Brain Stimulation/marcapasso cerebral): Atualmente já disponível no Brasil, o marcapasso é muito benéfico, especialmente para reduzir o tremor. A estimulação elétrica crônica atua de forma a romper ou inibir a atividade neuronal. Além de ser um método seguro, a estimulação cerebral profunda possui a vantagem de poder ser regulada ou mesmo suspensa, ao contrário das técnicas lesionais. Da mesma forma, não impede que o paciente possa futuramente obter proveito de novas abordagens. O eletrodo, sustentado por uma bateria subcutânea que dura de 3 a 5 anos, pode ser implantado no núcleo subtalâmico ou no globo pálido interno. Ao atenuar as discinesias, a estimulação subtalâmica permite o aumento da dose de levodopa e melhora os sintomas parkinsonianos. Independentemente da ação da levodopa, é observada uma melhora da bradicinesia e do tremor. As complicações encontradas são disartria e alterações do equilíbrio. O alto custo desta forma de tratamento é um de seus principais fatores limitantes.

                  3) Fisioterapia: Esta técnica, através da reeducação e a manutenção da atividade física, é um complemento indispensável ao tratamento da doença de Parkinson, e é tão importante quanto os remédios. Ela permite que o tratamento tenha melhor eficácia; portanto, é necessária sob todos os pontos de vista, inclusive para melhorar o estado psicológico do paciente. De fato, os exercícios físicos conservam a atividade muscular e flexibilidade articular. Inativos, os músculos têm tendência a se atrofiar, se contrair e sua força diminui. A rigidez resultante limita a amplitude dos gestos. Aconselhe-se sempre com um fisioterapeuta sobre os principais exercícios recomendados para o seu caso em particular.

                  4) Tratamento psicológico: 90% das pessoas com parkinson sofrem também com algum outro transtorno psiquiátrico em algum momento. Dependendo do caso esses transtornos podem tanto ter colaborado para o desenvolvimento quanto serem consequência da doença ou mesmo não terem relação direta. Mas independente de serem causa, consequência ou coincidentes, os distúrbios cognitivos, transtornos de humor e transtornos de ansiedade frequentes causam grandes prejuízos na qualidade de vida dos pacientes e seus familiares. O transtorno mais comum foi a depressão nervosa, identificada em 32% dos casos, e responsável por agravar os problemas motores, de sono, alimentares e de dores. Diversos medicamentos psiquiátricos, inclusive o anti-depressivo mais usado (fluoxetina), podem agravar os sintomas do Parkinson, ressaltam a importância do acompanhamento feito por psicológos para melhorar a qualidade de vida do paciente e especialmente de seus cuidadores.

                  5) Fonoaudiologia: Os problemas com a fala ocorrem devido à falta de coordenação e redução do movimento dos músculos que controlam os órgãos responsáveis pela produção dos sons da fala. A reabilitação da comunicação ou, em simples palavras, uma terapia dirigida à fala e à voz, pode ajudar o paciente com Parkinson a conservar, apesar da doença, uma fala compreensível e bem modulada e, dessa maneira, manter um contato mais efetivo com seus semelhantes. Oriente-se sempre com um profissional em Fonoaudiologia para corrigir seus problemas com a fala e a voz.


                  6) Terapia ocupacional: O terapeuta ocupacional é o profissional que melhor poderá orientar o paciente com o objetivo de facilitar as atividades da vida diária, bem como indicar condutas que propiciem independência para a higiene pessoal e sua reinserção em sua atividade profissional.


                  Mas, além de todos estes métodos, é fundamental adotar uma dieta saudável, fazer exercícios como caminhada, corrida, natação, ter períodos regulares de descanso e ainda, evitar o desgaste neuronal do próprio sistema nervoso ocasionado por stress.







                   Acompanhe mais informações sobre a doença nesta entrevista dada pelo Dr. Aramis Pedro Teixeira no Programa Destaque do SBT.


                                     Dr. Aramis Pedro Teixeira - Neurocirurgião
                                        Ine - Instituto de Neurocirurgia Evoluir
                                 (45) 3025-3585 / (45) 3029-3460 - Foz do Iguaçu

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Tonturas


Tontura é o termo que geralmente se refere a manifestações de desequilíbrio corporal, não é uma doença, mas se trata de um sintoma apresentado em várias delas.  As tonturas estão entre os sintomas mais freqüentes em todo o mundo e são de origem labiríntica em 85% dos casos. Pode ter uma série de causas que podem levar a essa sensação. Portanto, é certo: quem ainda não teve, em algum momento da vida, terá sinais como falta de equilíbrio, sensação de possível queda ou de que a cabeça está girando. Mais raramente, as tonturas podem ser de origem visual, neurológica ou psíquica.

As pessoas que sofrem deste sintoma precisam ficar atentas, pois embora não se trate de uma doença, indica que algo não está funcionando de forma adequada no organismo. A tontura pode ser causa de motivos comuns como uma queda brusca de pressão arterial, mas também de uma doença mais grave.

Em geral as causas estão relacionadas com o labirinto (órgão em forma de caracol situado no interior do ouvido,responsável por manter o corpo em equilíbrio), pois quando ele é afetado por fatores infecciosos, inflamatórios, neoplásicos (decorrentes de tumores), entre outros, a pessoa fica com a sensação de ter perdido o equilíbrio. Este sintoma ainda pode ser causado por: infecções bacterianas ou virais, doenças do sistema nervoso, má alimentação, traumatismos no crânio, anemias, doenças psiquiátricas, Síndrome de Meniére (perda de parte da audição), efeito de drogas (diazepam,barbitúricos, etc), consumo de álcool, ou ainda pode ocorrer em pacientes que sofrem de ansiedade. A falta de circulação sanguínea cerebral, como a causada por obstrução parcial da carótida por placas de ateroma, também pode originar este sintoma. Movimentos bruscos e repetitivos como os ocorridos em brinquedos que giram ou nas chamadas "montanhas russas" podem desenvolver uma perda temporária do equilíbrio, sendo relatado como tontura.


Entre alguns outros fatores que podem causar a tontura estão:
- Quando o corpo não possui ferro suficiente para produzir hemoglobina  (proteína que transporta oxigênio no sangue)  a pessoa pode ter tontura, entre outros sintomas, se não houver tratamento.
- A menopausa ou distúrbios na tireóide comprometem o labirinto. Nesse caso, a tontura pode não ser permanente, mas recorrente. 
- As dores de cabeça podem vir acompanhadas de náuseas e sensibilidade à luz. Em alguns casos, a enxaqueca pode vir junto com tontura.
- Sintomas como respiração ofegante, taquicardia e tontura podem ser sintomas de uma crise de ansiedade.
- Entre 10 e 15% das tonturas tem origem neurológica, como por exemplo, tumores que envolvam o próprio labirinto ou os nervos que saem dele, além de doenças degenerativas.
- Uma pancada forte na cabeça pode afetar o labirinto. Um trauma acústico também, por exemplo, se uma pessoa ficar próxima de uma caixa acústica potente poderá ter tontura. 
Outro tipo de lesão é o barotrauma, que é ligado à pressão no interior do corpo. O problema pode ocorrer ao decolar no avião ou durante um mergulho na água.
- Problemas como diabetes ou colesterol alto também podem causar tonturas. No caso do colesterol, por exemplo, há um engrossamento do sangue que prejudica a oxigenação do labirinto, fazendo com que o sintoma ocorra.
- Problemas visuais, como distúrbios de refração (miopia, hipermetropia, astigmatismo), e alterações na pressão intraocular podem dar a falsa sensação de movimento, causando tontura. 
- Alguns medicamentos têm a tontura como efeito colateral. Por isso, é importante questionar o médico sobre as reações adversas dos remédios.
- Arritmias, hipertensão e alterações dos vasos que levam o sangue para o ouvido, como é o caso da aterosclerose, alteram o fluxo de sangue que vai até o labirinto.

As pessoas que sofrem de tontura  geralmente se sentem zonzas, com a cabeça “leve” e com a sensação de estar caminhando em um colchão, além de sentir as coisas girando ao seu redor. A vertigem é o tipo mais freqüente de tontura. O paciente sente-se girando, tem a impressão que o ambiente gira a sua volta. As crises mais fortes de tontura podem ser acompanhadas de náuses, vômitos, suor, palidez e sensação de desmaio. Muitos pacientes com tontura também podem referir outros sintomas como ruídos no ouvido ou na cabeça (zumbido, zoada, tinido, tinitus), diminuição da audição, dificuldade para entender, desconforto a sons mais intensos, perda de memória, dificuldade de concentração, fadiga física e mental. Isso é devido às interrelações entre o sistema do equilíbrio com a audição e outras funções do sistema nervoso central.Principalmente o Stress.


Tanto a tontura crônica quanto a aguda, são extremamente desagradáveis e dependendo do caso, chegam a comprometer severamente a qualidade de vida do paciente. Tarefas simples do dia-a-dia, como fazer compras, dirigir, caminhar, praticar esportes, ler, cuidar de crianças e limpar a casa podem ser bastante afetadas ou até impossibilitadas pela presença da tontura. Por isso é comum que o paciente sinta-se inseguro, deprimido, desesperançoso e até incapacitado.

Um diagnóstico preciso é fundamental para a determinação do tipo de tratamento a ser seguido. O diagnóstico é feito através de uma avaliação otoneurológica. Essa avaliação consiste em um estudo do histórico clínico, exames físicos, testes auditivos e vestibulares aplicados ao paciente. Nesse diagnóstico são utilizados os exames de tomografia computadorizada e a ressonância magnética.


A tontura pode ser tratada de muitas maneiras, e o tipo de tratamento prescrito dependerá da causa do problema. O tratamento é feito basicamente na eliminação do problema apresentado pelo diagnóstico, fazendo necessário este ser de grande precisão.  Em caso de vertigem pronunciada e recorrente, o médico irá primeiramente efetuar uma anamnese e depois exames clínicos. Ele irá procurar a causa da vertigem examinando os ouvidos, para detectar uma possível inflamação do ouvido interno. Ele também irá proceder a um exame dos olhos, assim como do sistema nervoso. Em caso de presença de acúfeno, ele irá recorrer ao scanner ou à IMR (Imagem por Ressonância Magnética), para descartar um eventual tumor do cérebro. Se ocorrer uma tontura repentina e violenta, principalmente em pessoas pertencentes ao grupo de risco (que sofrem de distúrbios da circulação, por exemplo), uma consulta médica é absolutamente necessária, para excluir as doenças graves, como a meningite, uma intoxicação medicamentosa, ou ainda um acidente vascular cerebral (AVC).

Uma vez detectada a real causa do problema é relativamente fácil tomar as providências necessárias contra o sintoma. Os principais tratamentos para tontura são: medicamentos (para a circulação ou para a pressão, em caso de tontura relacionada à hiper ou hipotensão), reabilitação vestibular e, mais raramente, cirurgias.

*Atenção - Casos em que a tontura ocorrer após uma forte pancada na cabeça, vier acompanhada de febre alta, perda súbita de audição, dor no peito e visão turva devem seguir imediatamente para o serviço de emergência hospitalar. Enfraquecimento das pernas ou braços, fala embaralhada, perda de consciência e mal-estar acompanhado de náusea e vômito, além da presença de desequilíbrio intenso também fazem parte dos sinais que indicam a necessidade de procurar imediatamente um hospital, pois pode indicar um ianfarto cerebral ou acidente vascular encefálico.