quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Líquido Cefalorraquidiano (Líquor)



          O líquido cefalorraquidiano (LCR), Fluido cerebrospinal, ou Líquor, é um líquido claro e incolor que se encontra dentro do crânio e da coluna, no qual tanto o cérebro como a medula espinhal estão mergulhados. Age como um amortecedor para o Sistema Nervoso Central (SNC), tendo como função proteger o cérebro de agressões mecânicas, químicas e infecciosas, através de uma barreira hematoencefálica (impedindo que algumas substancias sanguíneas maléficas cheguem ao cérebro).

          O líquor é produzido continuamente por uma rede especializada de vasos capilares (minúsculos vasos sangüíneos) conhecidos como plexo coróide, localizados nos ventrículos (câmaras) do cérebro. É produzido a uma taxa aproximada de 20 mL por hora pelos plexos coroidais. Seu volume total é de 10 a 60 mL em recém-nascidos, e 100 a 150 mL no adulto.

          O cérebro é revestido por 3 meninges: dura-máter, a mais externa; aracnóide e pia máter, a qual se encontra aderida ao cérebro e vasos sanguíneos mais internamente. O liquido cefalorraquidiano se encontra em um espaço entre a pia máter e a aracnóide.

          O líquor, normalmente, flui através de fendas estreitas que comunicam todos os ventrículos entre si e se exteriorizam, no sistema nervoso central, por orifícios (forâmens) localizados no tronco cerebral. O LCR recobre a medula espinhal, circulando até sua parte mais inferior e retornando para ser absorvido nas vilosidades aracnoideas, que lançam o LCR na corrente sanguínea.

         Em termos de aparência e composição química, o LCR é semelhante ao plasma sanguíneo ultrafiltrado, quando normal se apresenta incolor como a água mineral.


          O exame do líquido cefalorraquidiano (LCR) ou líquor vem sendo utilizado como arma diagnóstica desde o final do século XIX, contribuindo, significativamente, para o diagnóstico de patologias neurológicas. Constitui um método de grande valia para o diagnóstico e o acompanhamento de diversas afecções neurológicas, como meningites, encefalites, ventriculites, carcinomatose meníngea e algumas doenças desmielinizantes.

          Além disso, a análise do LCR permite o estadiamento e o seguimento de processos vasculares, infecciosos, inflamatórios e neoplásicos que acometem, direta ou indiretamente, o Sistema Nervoso. Através da punção liquórica é possível, também, a administração intra-tecal de quimioterápicos, tanto para tratamento de tumores primários ou metastáticos do Sistema Nervoso Central, como para a profilaxia do envolvimento neurológico de tumores sistêmicos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário