segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Hanseníase

              A hanseníase é uma doença infecciosa, causada pelo bacilo de Hansen, que tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos, o Mycobacterium leprae. Acomete principalmente a pele e os nervos das extremidades do corpo, mas pode afetar outros órgãos como o fígado, os testículos e os olhos. É considerada a doença mais antiga do mundo, sendo que até 1976, era conhecida como Lepra, morfeia ou mal de Lázaro. Esta doença tem um passado triste, de discriminação e isolamento dos doentes, que hoje já não existe e nem é necessário, pois a doença pode ser tratada e curada.


Antigamente as pessoas que contraíam a Hanseníase, ou Lepra, eram discriminadas e isoladas
              É uma patologia contagiosa se o portador não estiver sendo tratado. A transmissão se dá de pessoas doentes sem tratamento para outras, por germes eliminados pelas gotículas da fala e que são inalados por outras pessoas penetrando o organismo pela mucosa do nariz, mas podem também estar dispersas no ar. É transmitida ainda pelo contato direto com a pele através de feridas ou secreções dos doentes, sendo necessário um contato íntimo e prolongado para a contaminação, como a convivência de familiares na mesma residência. Mas, como a maioria das pessoas é resistente ao bacilo, somente em torno de 5% das pessoas que entram em contato com estes bacilos, adoecem. Segundo o neurocirurgião Dr. Aramis Pedro Teixeira, nem todas as formas de Hanseníase são contagiosas. Após os primeiros dias de tratamento, aproximadamente 95% dos parasitas são eliminados, e 15 dias depois já não há risco de contágio, já sendo incapaz de transmiti-los a outras pessoas.

              Pode atingir crianças, adultos e idosos de todas as classes sociais, desde que tenham um contato intenso e prolongado com bacilo. Entre os fatores predisponentes estão o baixo nível sócio-econômico, a desnutrição e a superpopulação doméstica. Devido a isso, a doença ainda tem grande incidência nos países subdesenvolvidos. No Brasil, esta doença ainda é endêmica, tendo maior incidência nas regiões Norte e Nordeste. Mais de 700 mil novos casos são diagnosticados no país.

              Sua evolução é crônica, o perídodo de incubação em geral, varia entre dois e cinco anos. As primeiras manifestações consistem em:
- Aparecimento de manchas esbranquiçadas ou avermelhadas em qualquer região do corpo, geralmente dormentes, com perda da sensibilidade ao calor, frio, dor e tato;
- Sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades;
- Áreas da pele aparentemente normais que têm alteração da sensibilidade e da secreção de suor;
- Caroços e placas em qualquer local do corpo;
- Diminuição da força muscular (dificuldade para segurar objetos). 

Manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, com dormência no local, são os principais sintomas da Hanseníase  
              Com o avanço da doença, o número de manchas ou o tamanho das já existentes aumenta e os nervos ficam comprometidos, podendo causar deformações em regiões, como nariz e dedos, e impedir determinados movimentos, como abrir e fechar as mãos. Além disso, pode permitir que determinados acidentes ocorram em razão da falta de sensibilidade nessas regiões. 

              "Toda a mancha esbranquiçada ou avermelhada associada à falta de sensibilidade no local, deve ser investigada, assim como as polineuropatias (afecções que comprometem os nervos periféricos levando à dor e alterações de sensibilidade associados ou não à diminuição de forca nos pés e nas pernas)", alerta Dr. Aramis.

              O portador da hanseníase apresenta sinais e sintomas dermatológicos e neurológicos que facilitam o diagnóstico, onde é feito uma avaliação clínica com aplicação de testes de sensibilidade, força motora e palpação dos nervos dos braços, pernas e olhos. Exames laboratoriais, como biópsia, baciloscopia no lóbulo da orelha ou cotovelos e eletroneuromiografia (estudo dos nervos periféricos) também podem ser necessários. 

              A hanseníase tem cura e seu tratamento é gratuito feito em unidades de saude, realizado através de medicamentos via oral, constituído pela associação de dois ou três remédios e é denominado poliquimioterapia. A cura é mais fácil e rápida quanto mais precoce for o diagnóstico.
Os medicamentos para Hanseníase são gratuitos em unidades de saúde  
              Ao contrário do que muitas pessoas podem pensar, não é necessário o isolamento do paciente, sendo que a presença de amigos e familiares é fundamental para sua cura. A duração do tratamento varia de acordo com a forma da doença: 6 meses para as formas mais brandas e 12 meses para as formas mais graves. Durante este tempo, o hanseniano pode desenvolver suas atividades normais, sem restrições. Em casos de recidivas, novas opcoes de tratamento sao acrescentadas.

              A melhor prevenção é o diagnóstico no início dos sinais e sintomas, antes que as incapacidades ocorram. A hanseníase pode causar inflamação e engrossamento dos nervos (neurites) que, se não diagnosticadas e tratadas de imediato, levam a deformidades, principalmente na face, mãos e pés. Deve-se observar tambem a ausência de cílios e sobrancelhas que são sinais de grande evidência da patologia, diz o neurocirurgião.


              É importante que se divulgue junto à população os sinais e sintomas da doença e a existência de tratamento e cura, através de todos os meios de comunicação. A prevenção baseia-se no exame dermato-neurológico e aplicação da vacina BCG em todas as pessoas que compartilham o mesmo domicílio com o portador da doença.


              Na dúvida, busque auxílio médico, pois é a melhor forma de evitar a evolução da doença e também a contaminação de outras pessoas.





Dr. Aramis Pedro Teixeira - Neurocirurgião
Ine - Instituto de Neurocirurgia Evoluir
(45) 3025-3585 / (45) 3029-3460 - Foz do Iguaçu

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